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Vânia Alves, líder e responsável pela Green Charge, explica o papel importante do projeto na transição energética em Portugal e enquanto impulsionador da responsabilidade social na comunidade, numa entrevista dada ao Jornal Económico para assinalar o dia Mundial do Ambiente.

1. Como estão a enfrentar o desafio da transição energética? Que tipo de iniciativas adotaram ou promovem?

A Green Charge nasceu com o propósito de apoiar o país na transição energética, pelo que é neste contexto de descarbonização que assenta o nosso projeto. O nosso principal objetivo é democratizar a mobilidade elétrica em Portugal, incentivando cada consumidor a ser socialmente responsável. Por forma a alcançarmos este imperativo da própria sociedade, pretendemos disponibilizar o acesso a uma rede de postos de carregamento de veículos elétricos com uma rede tecnologicamente avançada, a preços acessíveis, estimulando a mobilidade elétrica em Portugal.

Queremos colmatar uma das principais carências do país – a falta de postos de carregamento elétricos para uso público. Com um conceito pioneiro em Portugal, que se dedica à instalação, manutenção e operação de postos de carregamento de veículos elétricos, o projeto Green Charge tem como missão, no decorrer dos próximos cinco anos, instalar uma rede de 1.000 postos de carregamento, por forma a assegurar a mobilidade elétrica em todo o território continental. O projeto é pioneiro, numa lógica de incentivo à utilização de veículos elétricos, pois não iremos cobrar a tarifa OPC (Operador do Ponto de Carregamento), que é a taxa da utilização do ponto de carregamento, o que se traduz num benefício bastante representativo, de aproximadamente – 30% na fatura final do consumidor. Queremos promover um futuro mais verde e sustentável, de maneira a reduzir as emissões de dióxido de carbono e impulsionar uma nova era da mobilidade em Portugal, mais limpa, silenciosa, poupada e socialmente responsável.

 

2. Que oportunidades consideram que podem surgir tanto para a empresa como para o setor onde operam?

Apesar de Portugal ser o quinto pais europeu onde, em percentagem total, se venderam mais veículos elétricos em 2018, faltam ainda postos de carregamento públicos para a quantidade de viaturas que circulam nas estradas. A introdução dos postos de carregamento Green Charge irá oferecer uma real solução para a utilização de viaturas elétricas em Portugal, incentivando, em última instância, a renovação da frota automóvel portuguesa. Para além disso, os postos de carregamento da Green Charge, com uma potência de saída de 22 kW, permitem um carregamento muito mais rápido do que os postos normais instalados nas cidades, com uma potência de 3,7 e 7,4 kW, que demoram em média entre seis a oito horas a carregar as viaturas elétrica. A solução que desenvolvemos é única no mercado, pois demora, em média, entre uma a uma hora e meia a carregar um veículo, não danifica as baterias dos automóveis e foi idealizada numa lógica de enquadramento da paisagem urbana. Acreditamos que para concretizar este desígnio é necessário o apoio dos municípios.

Por isso, a Green Charge garante, não apenas o custo associado a toda a instalação do posto de carregamento, mas também a sua própria manutenção e limpeza. Sendo uma iniciativa que promete transformar as cidades, algumas Câmaras estão a equacionar a possibilidade de serem, também elas, parceiras do projeto. Ultrapassando esta fase que temos vivido, e estando os serviços das autarquias a voltar, gradualmente, à normalidade, esperamos ganhar uma nova energia que permita tornar a mobilidade elétrica uma realidade. A pandemia, apesar de todos os constrangimentos, também demonstrou a grande oportunidade de descarbonização da economia. Esta solução vai ao encontro de um futuro mais consciente e económico, pois só assim será possível gerar a transição energética.

 

3. Consideram que ao adotar medidas para uma transição energética estão a aumentar o valor da empresa?Acreditamos, sinceramente, que estes tipos de decisões não podem ser tomadas com base em fatores economicistas. Todos os agentes, independentemente do setor e da atividade, têm a obrigação de contribuir para a sustentabilidade do próprio planeta. Aliás, se não conseguirmos combater as alterações climáticas, acabaremos por aniquilar toda a economia, afinal, só temos um planeta, pelo que é bom que cuidemos dele.

Leia o artigo na integra no site do Jornal Económico.